terça-feira, 25 de dezembro de 2007

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

domingo, 16 de dezembro de 2007

100 anos de Oscar Niemeyer

O arquitecto Oscar Niemeyer comemora hoje o seu 100º aniversário!







O centenário de Oscar Niemeyer também é motivo de celebrações por europeus. Exposições, da Ilha da Madeira à Suíça, comemoram seu aniversário.

Considerado um dos mais criativos e produtivos arquitectos da Era Moderna, o arquitecto brasileiro Oscar Niemeyer é um dos últimos representantes vivos do início do Modernismo.

Todos os outros grandes mestres faleceram há pelo menos 30 anos: o alemão Mies van der Rohe, em 1969; o franco-suíço Le Corbusier, em 1965 e o finlandês Alvar Aalto, em 1976.

Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho, ou simplesmente Oscar Niemeyer, completa 100 anos de vida a 15 de Dezembro de 2007. No Brasil, exposições e homenagens de Norte a Sul celebram a data. O centenário do ilustre brasileiro também é comemorado pelos europeus.

Da Ilha da Madeira à Suíça, exposições e palestras festejam o acontecimento. Seu aniversário também é lembrado, na Alemanha, pelas principais revistas de arte e pelos mais importantes programas culturais da TV.

Construído no Funchal, cidade portuguesa na Ilha da Madeira, o complexo de três edifícios que engloba hotel, casino e centro de convenções, projectados por Niemeyer em 1966, é a única obra de Niemeyer em Portugal e

tornou-se símbolo da Ilha da Madeira.

Após mais de 30 anos, o complexo continua a surpreender todos que o visitam.

Além do lançamento do livro O Nosso Niemeyer, em

Julho último, o grupo promoveu o concurso internacional de fotografias Niemeyer 100 anos. Participantes de todo o mundo enviaram trabalhos fotográficos sobre as obras do arquitecto. Os resultados serão anunciados no dia 15 de Dezembro.

Ainda em Portugal, o Centro Cultural de Cascais, nos arredores de Lisboa, inaugurou, em Outubro último, a exposição do fotógrafo brasileiro Leonardo Finotti intitulada Brasília 50 anos, Niemeyer 100 anos, reunindo 50 imagens de obras arquitectónicas de Brasília.

site sobre a obra: http://www.niemeyer.org.br/

*sónia pinto

sábado, 15 de dezembro de 2007

If i can make it here i can make it anywhere - NY

Ola a todos...a pedido de varias familias ca vai o meu pequeno contributo a este nosso blog.
Como se calhar alguns de voces ja sabem optei por criar um blog (umafatiadabigapple.blogspot.com) para vos manter a par das novidades, dentro do possivel of course!!! Por isso quando nao souberem nada de mim aqui vao ate la ver as novidades mais recentes porque ja e dificil actualizar um blog quanto mais 2!!!
Bem o mais importante que tenho para dizer e que realmente deve fazer um esforco para poupar uns euros porque esta cidade vale mesmo a pena....e daquelas que se deviam conhecer antes de conhecer qualquer outra...definitivamente esta e A cidade!!!!
Para alem da arquitectura e daqueles marcos importantes que todos conhecemos a cidade e divina, por todo o lado ha qualquer coisa para ver...as pessoas sao impecaveis e mesmo a cidade perfeita para o American Dream, todos sao benvindos, a tal ponto que nem se conseguem distinguir os nativos dos imigrantes como na maioria das outras cidades que conheco...
Ha sempre coisas a ver, a fazer, a dizer...enfim e um mundo a parte...ja ca estou ha quase 1 mes e continuo a parecer uma parvinha em tantas coisas...e muito para acumular...e uma coisa e visitar e outra bem diferente e viver...
Assim coisas diferentes...a rapidez com que tudo funciona, o cumprir de horarios, o copinho de papel com o cafe ou o latte ou o hot chocolate sempre na mao (ADORO),  metro (perfeito), ate ja ando como eles...sempre a correr de um lado para o outro num ritmo frenetico que a cidade impoe...e impoe a serio!!!nao ha tempo para ficar a olhar para o dia de ontem porque aqueles 5 mn que se perdem a fazer qualquer coisa inutil sao 5 mn que aqui nunca mais recuperamos...

O atelier...um espectaculo (vejam o meu blog) o trabalho estou a adorar, o David e um espectaculo e ainda por cima tenho a sorte de sermos so 3 no atelier (David, Max (outro estagiario, alemao) e eu) o que permite que eu aprenda imenso...ate porque, modestia a parte, sou eu que faco quase tudo...ah uma dica...mudem de autocad para vectorworks...uma maravilha!!!!!

Assim por agora acho que e so mas estejam a vontade para fazer perguntas...tem o blog, alguns de voces tem tambem o meu mail, hi5, etc...nao sejam timidos...nao prometo e responder logo...ou melhor prometo responder sem definir prazos....

Ah e chateiem os PROFESSORES de PROJECTO para vos levarem a uma obra...a minha estreia foi hilariante...mas nao conto (pelo menos por agora...vou deixar-vos ter a vossa experiencia primeiro)

Aproveitem as dicas e comecem a poupar!!!!


Sonia Fortunato

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Team 10

Decidi procurar um pouco mais sobre os CIAM, para ver se encontrava mais alguma história engraçada para além daquelas que foram contadas na aula de Projecto e descobri este grupo - Team 10.

"O Team 10 (também conhecido como Team X) refere-se a um grupo (sem vínculo formal) de arquitetos reunidos após a dissolução do CIAM com o objetivo de rever os seus conceitos. Entre seus membros mais assíduos e importantes estiveram Jaap Bakema, Georges Candilis, Aldo van Eyck, Giancarlo De Carlo, Alison e Peter Smithson e Shadrach Woods. O grupo formava uma "geração mais jovem" que pretendia manter o espírito do CIAM através de uma revisão crítica." http://pt.wikipedia.org/wiki/Team_10

Transitional Elements, sketch by Bakema 1961

Não deixem de ver o site http://www.team10online.org/, é muito interessante percebermos que este tipo de dinamismo e de "brainstorming" por vezes pode de facto criar ideias muito válidas. A mim entuasias-me muito este tipo de diálogos, conversas, debates, etc, e gostava de partilhar este entuasiasmo com as minhas colegas. Com o nosso projecto no Seixal temos chegado a considerações importantes enquanto grupo, temos analisado e percebido o local e o espaço em conjunto. Deixei esta mensagem como incentivo, para que possamos continuar a fazê-lo.

Inês Didelet

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Baukunst



in Conversas com Mies van der Rohe, Editorial Gustavo Gili, SL

" (...) sei que li em algum lugar, que a arquitectura pertence à época e não ao tempo, pertence a uma época determinada.
Depois de ter entendido isso, já não me importavam os modismos na arquitectura. Eu queria encontrar os princípios mais profundos. Depois de ler e estudar diversos livros, aprendi que vivemos sob a influência da ciência e tecnologia. Eu perguntava-me : "O que é isto? Que resultado procede a este acto? Podemos alterá-lo ou não?" As respostas a estas perguntas deram-me a direcção a seguir e não a que eu gostaria. Às vezes rejeitava coisas que gostava muito, coisas que me falavam ao coração, porém quando tinha uma convicção melhor, uma ideia melhor, mais clara, então seguia essa ideia mais clara. Depois de um tempo, começei a achar que a Washington Bridge era o melhor e mais belo edifício de Nova York. Talvez no começo não pensasse assim, mas foi algo que cresceu paulatinamente. Primeiro tinha que vencer a ideia de apreciá-la como beleza. (...)é uma obra directa, sem rodeios. Talvez eles tivessem alguns conceitos quando fizeram as torres, mas estou a falar de princípios, não de ideias - a de ir simplesmente em linha recta de uma orla à outra do rio Hudson. Essa é a solução directa, a isso me refiro."

"Em alemão utilizamos a palavra Baukunst, que é uma palavra composta por Bau (construção) e Kunst (arte). A arte é o refinamento da construção, isso é o que expressa Baukunst."


Eliana Barreto

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007


De Nova Iorque chega-nos uma dose de arquitectura todos os dias. A DAILY DOSE OF ARCHITECTURE é um blogue a (re)ver, frequentemente. Para além de notícias, novos projectos e acontecimentos, tem também uma secção de novos livros.
é em

http://archidose.blogspot.com/

João Pernão

domingo, 9 de dezembro de 2007

opening... by philip glass

4 minutos e...1 minuto e... apreciem




www.google.com

diana dias

sábado, 8 de dezembro de 2007

Mil milhões de euros para concretizar projecto da “Cidade da Água” em portugal



É um projecto de grande complexidade, para ser realizado ao longo de 20 anos. Embora muitos já duvidem que saia do papel, o presidente da Fundo Margueira Capital garante que não vai ficar na gaveta. Para já o importante é arranjar investidores privados que ajudem a concretizar a Cidade da Água, um local de lazer, para habitar e para trabalhar
O projecto, que nascerá nos 120 hectares dos antigos estaleiros navais de Cacilhas e Margueira, tem como base a relação da zona com o Tejo. Ligar as pessoas à água é muito importante, mas não foi possível durante muito tempo devido à existência de portos marítimos”, o projecto, o Almada Nascente “humaniza a arquitectura, pois contempla uma fusão de habitação, emprego e lazer”. sublinhou Richard Rogers durante a apresentação do projecto.Neste âmbito, o arquitecto propôs ainda uma ligação de comboio por baixo de água a Lisboa”, contou ao MS. A proposta não foi contemplada no plano, mas Mário Donas afirma que “o projecto não fecha portas e está, inclusive, aberto a uma ligação do metro da margem sul a lisboa”.




ENTREVISTA A RICHARD ROGERS
“Almada tem um enquadramento muito bonito”

Autor de projectos como o Millennium Dome, em Londres, ou o Centro Georges Pompidou, em Paris, Richard Rogers é também um dos responsáveis pelo projecto Almada Nascente. Este ano foi-lhe atribuído o prémio Pritzker, considerado o Nobel da arquitectura.

MARGEM SUL: O que o atraiu na zona nascente de Almada para apostar neste projecto?RICHARD ROGERS: Esta zona de Almada é uma parte de uma cidade muito dinâmica da Grande Lisboa que precisa de ser recuperada. O porto marítimo já não desempenha o papel que outrora desempenhou, mas a zona continua a ser fantástica e possui a água como elemento especial. Além disso, Almada tem um enquadramento muito bonito, com colinas por trás e a capital à frente. Regenerar este espaço é regenerar toda esta área metropolitana.

MS: Qual o maior desafio que representou o projecto Almada Nascente?RR: Os transportes públicos. Os problemas que encontrei são semelhantes aos de Londres, colocando-se a questão de como expandir os transportes públicos ao mesmo tempo que se aumenta a cidade. Neste âmbito ainda propus um comboio que ligasse Almada e Lisboapor baixo de água. Além disso, como é um projecto para realizar a 20 anos, tem de haver muita flexibilidade, pois não sabemos como estará a economia nessa altura.

MS: Acha que este projecto em Almada terá tanto impacto como o Millennium Dome ou o Pompidou?RR: Terá mais impacto que estes projectos, pois mexe mais com a vida das pessoas. Não acredito no entanto que seja tão polémico quanto foi o Pompidou, pois hoje em dia há maior receptividade a este tipo de arquitectura.
MS: Como surgiu o consórcio com a Atkins e o Atelier Santa Rita Arquitectos?RR: Surgiu de forma natural. Há bons e maus arquitectos por todo o mundo, mas hoje é possível escolher e juntar os melhores. E trabalhar com eles tem sido muito bom, pois eles conhecem o país e a economia e têm mais experiência em Portugal.

MS: Existe algum projecto que lhe suscite especial admiração?RR: Existem inúmeros projectos um pouco por todo o mundo que são de admirar. Posso dizer que aprendi muito com o Frank Lloyd Wright, mas também com todos os meus colaboradores.
maria abreu

Rogelio Salmona

Como a Maria Abreu fez tão bem em informar-nos, no passado dia 3 de Outubro faleceu o arquitecto colombiano Rogelio Salmona. É importante que conheçamos a sua obra, o legado que nos deixou em vida e que prolonga uma parte do seu ser para além da dua morte.
Salmona nasceu em Paris, em 1927, estabelecendo-se com a sua família na Colômbia a partir dos anos 30. Iniciou os seus estudos em Arquitectura na Universidade Nacional da Colômbia, mas devido aos distúrbios de 9 de Abril de 1948 foi obrigado a ir para França, facto que o colocou em contacto com Le Corbusier, uma vez que trabalhou no seu atelier.

A biografia está disponível no seguinte site:
http://www.lablaa.org/blaavirtual/biografias/salmroge.htm
Outros links que podem informar mais sobre Rogelio Salmona:
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq014/arq014_01.asp
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq043/arq043_00.asp
http://www.bogota.gov.co/portel/libreria/php/frame_detalle_turismo.php?h_id=12963&patron=01.02020801

Biblioteca Virgilio Barco

Arquivo Geral da Nação

Inês Didelet

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Gerard Castello-Lopes

"Gerard Castello-Lopes é uma personalidade de referência no panorama da fotografia portuguesa. (...) Dedica-se à fotografia a partir de 1956. (...) sua "formação" como fotógrafo foi a de um autodidacta. Como quase todos os outros fotógrafos dessa época, a sua aprendizagem não foi escolar (não havia cursos de fotografia) e baseou-se por um lado, numa natural pulsão de representar a realidade, por outro, num intenso interesse pelas outras artes plásticas ou representacionais, como a pintura, a escultura, o cinema e a própria fotografia. O método consistiu em aprender os fundamentos técnicos da fotografia – o que se aprende facilmente nos livros –, definir uma orientação sobre o "objecto" preferencial da sua actividade fotográfica (tomando Henri Cartier-Bresson como paradigma), e cotejar continuamente o resultado do que ia produzindo com o "corpus" fotográfico que lhe era facultado pelas revistas e livros estrangeiros da especialidade, na ausência ou na ignorância dum "corpus" equivalente português. Na sua essência, o método foi pragmático ou, como se diz em inglês, de tentativa e erro. (...)"






in http://www.fsgaleria.net4b.pt/sitept/exposicao/gerard1.html


Eliana Barreto

Manuel de Brito




Manuel de Brito (1928, Rio de Janeiro – 29 de Novembro 2005, Lisboa), foi um dos primeiros e maiores galeristas e livreiros portugueses do século XX.
Em 1964 abre em Lisboa a Galeria 111, que terá sucursal no Porto (1971). Ao longo da vida, reúne cerca de 2000 obras de arte, desenho, pintura e escultura, uma das maiores e mais importantes colecções do país.Manuel de Brito assume em Portugal um papel preponderante como agente cultural sobretudo após a queda da ditadura, em consequência da Revolução dos Cravos.
É uma figura singular na cultura portuguesa da segunda metade do século e uma personalidade única da vida cultural de Lisboa.

É gerente da Livraria Escolar Editora (1945/1960), a mais completa na área de literatura científica em Portugal. Nela se inicia como editor.Fundada em 1960, situa-se a livraria no Campo Grande, junto da Cidade Universitária. Desde logo Manuel de Brito se torna centro de atenções, não só como fornecedor actualizado de obras especializadas e de interesse cultural mas também como personalidade solidária com o movimento estudantil dos anos sessenta.
A sua livraria torna-se ponto de encontro de estudantes, artistas e intelectuais. É um dos mais sérios opositores da Censura do Estado Novo e bate-se, não sem sequelas, contra as proibições e apreensão de livros que o regime ordena.
É editor de obras gráficas, de livros de arte e de poesia.
Apoia estudantes universitários na execução das suas teses de mestrado e doutoramento.

Inicia em 1964 a sua actividade profissional no mundo da arte com a abertura da Galeria 111. Começa a expor jovens artistas, alguns pela primeira vez, que seriam depois reconhecidos como dos mais importantes da arte portuguesa de então.


Aprofunda conhecimentos no seu relacionamento regular com Almada Negreiros, Eduardo Viana, Abel Manta, Carlos Botelho, António Soares, Luis Dourdil, Luís Reys Santos, Mário Chico, Betâmio de Almeida, J.J. Andrade Santos, Dórdio Gomes e Rui Mário Gonçalves.

Um ano após a sua morte a sua colecção encontrou lugar permanente no Palácio Anjos, agora Centro de Arte - Colecção Manuel de Brito. Vale a pena (re)ver em revista e experienciar paixões à primeira vista com grandes nomes da arte do século XX.


A visitar virtual e fisicamente:
Centro de Arte - Colecção Manuel de Brito
Palácio Anjos, Alameda Hermano Patrone, 1495-064 Algés
Telf: 214 111 400

www.galeria111.pt
http://www.apga.pt/maisgalerias/index.php



Eliana Barreto

Sobre arq Rogelio Salmona

Meninas lembram-se no 4 ano, ir a cubo ,a uma exposição de um arquitecto chamado Rogelio Salmona?

no dia 03 de outubro, a dois meses atras, morreu em Bogotá (Colombia) colombiano nascido em Paris Considerado o melhor arquiteto colombiano e reconhecido nacional e internacionalmente, ficou conhecido pelo uso do tijolo e do concreto aparente.


Maria Abreu

Um Espaço Borgiano

...Apetece desenhá-lo.



" A Escrita do Deus

O cárcere é profundo e de pedra; a sua forma é a de um hemisfério quase perfeito, embora o piso (também de pedra) seja algo menor que um círculo máximo, facto que de algum modo agrava os sentimentos de opressão e imensidade. Um muro corta-o pelo meio; apesar de altíssimo, não toca a parte superior da abóbada; de um lado estou eu, Tzinacan, mago da pirâmide de Qaholom, que Pedro de Alvarado incendiou; do outro há um jaguar, que mede com secretos passos iguais o tempo e o espaço do cativeiro. Rente ao chão, uma ampla janela de grades corta o muro central. Na hora sem sombra (meio-dia), abre-se um alçapão no alto e um carcereiro que os anos foram comendo manobra uma roldana de ferro e baixa-nos, na ponta de uma corda, cântaros de água e pedaços de carne. A luz entra na abóbada; nesse instante posso ver o jaguar. (...)"
Jorge Luís Borges, O Aleph


Jorge Luis Borges nasceu a 24 de agosto de 1899 na Rua Tucumán de Buenos Aires, e foi criado no Bairro de Palermo: "num jardim, por trás de uma grade com lanças, e numa biblioteca de ilimitados livros ingleses." Este espaço limitado de uma biblioteca e o infinito universo dos livros foi o embrião que permitiu a Borges encarar mais tarde "o paradoxo de um sedentário sem pátria intelectual, de um aventureiro imóvel que se sente à vontade em várias civilizações e em várias literaturas...". Borges pertence, sem dúvida, ao grupo de escritores que desde tenra idade tiveram a certeza de que os seus destinos iriam ser literários. Em 1914, o pai reforma-se e decide viajar pela Europa com a família. Instalam-se em Genebra onde Borges inicia o bacharelato. Depois de passar um ano em Lugano, transferem-se para Espanha em 1919. Vivem em Maiorca, passam por Sevilha - aí entra em contacto com o ultraísmo e colabora nas suas revistas - e a seguir transferem-se para Madrid. Regressam a Buenos Aires em 1921, e Borges passa a ter um papel activo na vida cultural argentina: participa na fundação das revistas Prisma e Proa e colabora em Nosotros. Em 1923, depois de publicar o seu primeiro livro (Fervor de Buenos Aires) viaja novamente para a Europa e regressa em 1924. Lança pela segunda vez a revista Proa com Ricardo Güiraldes e outros amigos e colabora com Martín Fierro. A partir de então Borges terá um papel destacado na vida cultural de Buenos Aires escrevendo ensaios, e recensões de livros e filmes; e através dos seus livros que, pouco a pouco, irão afirmar um estilo que com o tempo se tornaria inconfundível. Borges - para quem a vida é "assombro contínuo, uma contínua bifurcação do labirinto" - não só é um grande poeta (Caderno San Martín, El otro, el mismo, os poemas de El hacedor, etc.) e um verdadeiro mestre do conto, mas também um dos mais argutos e originais ensaístas do nosso tempo, sem esquecer a sua actividade de tradutor e antologista. Com Discusíon e Otras inquisiciones, para mencionar apenas duas das suas obras essenciais, Borges tornou-se indiscutivelmente um meste do ensaio breve. As suas narrativas fantásticas - Ficciones, El Aleph, etc. são verdadeiras arquitecturas verbais que, tal como os seus ensaios, "se nutrem da metafísica e da teologia." Borges move-se com a mesma naturalidade entre a simplicidade mais imediata e mais inabitual estranheza. O tempo, o "eu e o outro", o sonho, o infinito, etc., são temas que em Borges se tornam transparências em que vislubramos desde o mais insólito até ao mais imediato e corrente da realidade. Borges praticou com maestria o pouco frequente dom da ironia, que não é mais que uma das faces do seu cepticismo e lucidez. As suas personagens possuem com frequência a marca indelével da solidão e da monstruosidade: labirintos que se erguem dentro de cada homem, caminhos que se bifurcam. Borges apenas conhecerá a fama internacional em 1961, ano em que lhe é concedido o Prémio Formentor, que compartilha com Samuel Beckett. A partir de então, são inúmeros os prémios, distinções e homenagens. Foi director da Biblioteca Nacional de Buenos Aires de 1955 a 1973. Morre em Genebra a 14 de Junho de 1986 com oitenta e seis anos de idade. Das suas Obras Completas publicadas num volume em 1974, disse Borges: "O meu primeiro livro data de 1923; as minhas Obras Completas, agora, reúnem o trabalho de meio século. Não sei que mérito terão, mas agrada-me verificar a variedade dos temas que abrangem. A pátria, as aventuras dos antepassados, as literaturas que honram as línguas dos homens, as filosofias em que tentei penetrar, os crepúsculos, os ócios, as desvairadas periferias da minha cidade, a minha cidade, a minha estranha vida cuja possível justificação está nestas páginas, os sonhos esquecidos e recuperados, o tempo... A prosa convive com o verso: porventura, para a imaginação ambas serão iguais. Felizmente, não somos devedores de uma única tradição; não podemos aspirar a todas. As minhas limitações pessoais e a minha curiosidade deixam aqui o seu testemunho."

Texto retirado de Obras Completas de Jorge Luis Borges Círculo de Leitores , Lisboa, Julho de 1998

Eliana Barreto

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Poética da Música

"A função do criador é examinar cuidadosamente os elementos que recebe, porquanto a actividade humana deve impor limites a si própria. Quanto mais a arte é dominada e trabalhada tanto mais é livre.
Quanto a mim, experimento uma espécie de terror quando, no momento de me pôr a trabalhar e de me encontrar perante uma imensidade de possibilidades que só me deparam, tenho a sensação de que tudo me é permitido. Se tudo me é permitido, o melhor e o pior, se nada me oferece resistência, então qualquer esforço é inconcebível e não posso usar nada como base e, consequentemente, todo o empreendimento se torna inútil.
Terei então de me perder neste abismo da liberdade? A que me deverei agarrar para escapar à tortura que toma conta de mim e perante a virtualidade desta infinidade? Todavia, não sucumbirei. Vencerei o meu terror e ficarei tranquilo com o pensamento de que tenho as sete notas da escala e os seus intervalos cromáticos à minha disposição, que acentos fortes e fracos estão ao meu alcance e que em todos estes eu possuo elementos sólidos e concretos que me oferecem um campo de experiência tão vasto como a infinidade perturbadora e estonteante que acabou de me assustar. É neste campo que lançarei as minhas raízes, inteiramente convencido de que as combinações que têm ao seu dispor doze sons em cada oitava e todas as variedades rítmicas possíveis me prometem riquezas que toda actividade do génio humano nunca esgotará.
O que me liberta da angústia em que uma liberdade sem peias me faz mergulhar é o facto de eu poder voltar sempre imediatamente às coisas concretas que estão aqui em discussão. Não tenho qualquer uso para uma liberdade teórica. Deixem-me algo finito, definido - matéria que se possa prestar à minha operação desde que seja comensurável com as minhas possibilidades. Tal matéria apresenta-se-me juntamente com as suas limitações. Devo por minha vez impor as minhas sobre a mesma. Assim, aqui estamos, quer queiramos ou não, no domínio da necessidade, e, no entanto, qual de nós jamais ouviu falar de arte que não seja como campo da liberdade? Esta espécie de heresia encontra-se uniformemente espalhada, porquanto se imagina que a arte está fora dos limites da actividade ordinária.
Bem, na arte, tal como em qualquer outra coisa, apenas se pode construir numa fundação resistente: seja o que for que ceda constantemente à pressão torna o movimento impossível.
Assim, a minha liberdade consiste em movimentar-me dentro da estreita moldura que atribuí a mim próprio, para cada um dos meus empreendimentos.
Irei ainda mais longe: a minha liberdade será tanto maior e mais significativa quanto mais estreitamente limitar o meu campo de acção e quanto mais me rodear de obstáculos. Seja o que for que diminua, a coacção diminui a força. Quantas mais limitações se impõem mais nos sentimos livres das cadeias que nos algemam o espírito.
À voz que me limita a criar eu respondo, primeiro, com susto; seguidamente, tranquilizo-me aceitando como armas aquelas coisas que participam na criação(...)"
Igor Stravinsky, "Poetics of Music in the Form of Six Lessons"
diana dias

"I prefer drawing to talking. Drawing is faster, and allows less room for lies"



Le Corbusier (Charles-Édouard Jeanneret ). (French, born Switzerland. 1887-1965). Urban Studies Projects for Montevideo, Uruguay, and São Paulo, Brazil, Aerial perspectives. 1929. Ink on paper, 10 5/8 x 6 1/2" (27 x 16.5 cm). Emilio Ambasz Fund. © 2007 Artists Rights Society (ARS), New York / ADAGP, Paris / FLC

On view at MoMA

At the end of the 1920s, Le Corbusier's grand plan for the future of the city was evolving rapidly: the layered and open-ended scheme of his Ville contemporaine of 1922 was developing into the linearity and political homogeneity of his Ville radieuse of 1930–31, which these sketches anticipate. Le Corbusier visited South America in 1929, a memorable trip that allowed him to survey the tropical landscapes and cityscapes from the air at leisure, with the help of the aviators Jean Mermoz and Antoine de Saint-Exupéry. The uniqueness of the landscape, and the contrast between the forest and open terrain and the sprawling, suffocating cities, inspired him to draw up new plans for Montevideo and São Paulo.

The sketch for Montevideo, at the top of the drawing, highlights a giant business center under a motorway that juts into the bay, connecting the most important buildings and bypassing the preexisting urban chaos. The plan for São Paulo, below, attempts to dodge the city's traffic by setting a cruciform arrangement of motorways on the roofs of residential apartment blocks. Making powerful strokes and cuts through the landscape, Le Corbusier envisions superimposing buildings and freeways on a giant scale over the existing urban fabric. Instead of a center, the new city would have satellites and zones, all with their own infrastructural systems.

"I prefer drawing to talking. Drawing is faster, and allows less room for lies", Le Corbusier remarked in 1961. These sketches testify to the strength of his ideas' flow onto the paper.

Paola Antonelli


O LUGAR DOS RICOS E DOS POBRES NO CINEMA E NA ARQUITECTURA EM PORTUGAL
de Outubro de 2007 a Março de 2008
Em colaboração com o Núcleo de Cinema da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa

TRÁS-OS-MONTES
de António Reis e Margarida Cordeiro
com os habitantes de Bragança e Miranda do Douro
Portugal, 1976 - 100 min

Sobre TRÁS-OS-MONTES, canto de amor a uma região e uma das obras máximas do cinema português, observou Fernando Lopes: "é talvez a primeira vez no cinema português que um filme estabelece uma síntese dialéctica ambiciosa quanto ao que os sociólogos chamam de cultura popular". Foi o primeiro filme assinado pelo casal António Reis e Margarida Cordeiro.
.

Sex. [07 de Dezembro] 21:30 Sala Dr. Félix Ribeiro

Com a presença de Margarida Cordeiro (a confirmar)
e do Arqº António Belém Lima

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

THE TROUT AND THE STREAM


...architecture and its details are in some way all part of biology.
Perhaps they are, for instance, like some big salmon or trout.
They are not born fully grown; they are not even born in the sea or water where they normally live.
They are born hundreds of miles away from their home grounds,
where the rivers narrow to tiny streams, in clear rivulets between the fells,
in the first drops of water from the melting ice,
as remote from their normal life as human emotion and instinct are from our everyday work.


Excerpted from “The Trout and the Stream” (1947) in Goran Schildt, ed., Alvar Aalto in His Own Words
(New York: Rizzoli, 1997), trans. Timothy Binham, pp. 108-109.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Livraria Académica, Helsínquia - Alvar Aalto, 1969





Designed in competition in 1962, though not built until 1966-1969, Aalto's Academic Bookshop provides a bright, attractive but businesslike interior piazza, lit by geometric, almost crystalline glass skylights and surrounded by beautiful, austere white marble. The deep, bright interior is unexpected behind the dark, copper office facade, and successfully creates a place that is more than just a store.


The store is on three floors, but the cutaway for the atrium is generous, and the angular skylights penetrate down into the void emphasising the light they bring down with them. The sharpness and complexity of the skylight geometry contrasts with the simple forms and finishes of the white marble balustrade and staircases.
The whiteness and hardness might seem cold, but do not; filled with books, people and the Café Aalto on the far balcony, the bookstore has a strongly welcoming, human feel.


by Inês Didelet